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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

QUAL A IDADE DO UNIVERSO?

A Ciência e a Bíblia estão em contradição? Acredita mesmo que o mundo tenha 6.000 anos?
E.M.

Visto se tratar do "Velho Testamento" (Tanach), creio que essa resposta seja mais adequada vinda do ponto de vista judaico. Portanto, isso é muito relativo, visto que devo enfatizar que para o judaísmo a importância do calendário judaico e sua observância, baseada no cálculo da idade da criação de aproximadamente 5780 anos, é para o cumprimento das mitzvot (mandamentos) nas datas corretas por todo judeu no mundo, e não para informação científica (o objetivo da Bíblia não é ser um manual de ciência, embora ela com o tempo se mostre cientificamente compatível). Para os judeus, é tudo sobre cumprir mitzvot (mandamentos). Assim, um judeu no Brasil estará cumprindo Yom Kippur e Hosh Hashaná no mesmo dia que um judeu do outro lado do mundo, na China.

O princípio básico judaico de primeiro naassê (fazer) e depois venishmá (entender), ordena a um judeu cumprir os mandamentos de D'us, sem levar em consideração o grau de compreensão, embora naassê (fazer) e venishmá (entender) não estejam em contradição, conforme explica o Rabi Moshê ben Maimon (Maimônides). Mas muitas vezes se cumpre o mandamento sem ainda o entender, e mesmo que cientificamente ele ainda não seja compreensível. Por exemplo, na idade média os judeus cumpriam Netilat Yadaim (lavar das mãos), e evitavam tocar em mortos, enquanto para a maioria dos intelectuais e sábios do mundo isso não passasse de supertição, visto que a ciência da época ainda não tinha conhecimento sobre a microbiologia e transmissão de doenças por micro-organismos. O cumprimento dessas mitzvot poupou judeus de serem contaminados pela peste negra que varreu a Europa, e somente séculos depois a Ciência foi descobrir a importância da higienização, que os judeus já praticavam mesmo sem saber o porquê, pois primeiro naassê (fazer) e depois venishmá (entender).

Durante milênios, judeus foram ridicularizados por acreditar que o mundo começou, até a segunda metade do Século Vinte, quando surgiram provas esmagadoras para o começo do mundo (Big Bang). Como escreve Dr. Arno Penzias (um dos três a receber o Prêmio Nobel por identificar a "radiação de fundo" que se tornou um dos pilares da atual cosmologia do Big Bang), "a ciência finalmente vingou Moshê e Maimônides acima de Aristóteles."

A Torá reconhece o papel da consciência humana como participante ativo, não passivo, na formação da realidade6. Este resultado do modelo padrão da mecânica quântica foi primeiro anunciado por John Von Neumann em 1932.

A Torá, em muitas aplicações haláchicas, confia no "quantum" – os menores incrementos possíveis de mudança dentro do espaço e tempo. Este era o postulado de Max Planck que abriu o campo da Mecânica Quântica.

A Torá entende a psique humana como sendo multifacetada e com diversas camadas – não há apenas uma pessoa lá dentro. Bem-vindo à moderna psicologia.

Avraham foi um dissidente por acreditar que todas as forças do cosmos são na verdade uma única força. Esta é a contenção da ciência pelos últimos 100 anos e a força propulsora por trás da pesquisa para a Teoria do Campo Unificado.

Muito antes de Einstein, o Tanach (Bíblia Hebraica, ou Velho Testamento) já apresentava o princípio da relatividade da observação de acordo com o referencial (Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite - Salmos 90:4), e que podem existir duas ou mais respostas corretas, não excludentes entre si, mas que apenas são observadas por ângulos diferentes. Por exemplo, mesmo admitindo a permanência e a invariabilidade das leis físicas, é preciso entender que uma lei física é determinada uma vez fixados um certo número de parâmetros. Quando os parâmetros variam, a lei tem uma expressão diferente. Não tem sentido afirmar: a água pura ferve a 100 graus Celsius; é preciso acrescentar: quando as condições ambientais correspondem a uma pressão atmosférica de 760 milibares. À pressão de 1,2 atm., 1,5 atm., a água ferverá a uma outra temperatura mais elevada.

Portanto, podemos afirmar que a Ciência avança em direção à Torá, e não que são auto excludentes, mas complementares. Sendo assim, também não deve haver grande discordância entre ciência e Torá acerca da idade do mundo.

Imaginemos um encontro entre Michelangelo — um dos maiores artistas que o mundo já conheceu — e um bem sucedido empresário no campo da informática. Passado o choque da primeira impressão (Michelangelo espanta-se com um misterioso aparelhinho preto que não pára de tocar no bolso do empresário), começam a falar de negócios. Os tempos mudaram, mas as obras primas, diz Michelangelo, têm valor vitalício.

E então, ambos observam uma bela gravura, na qual a clássica casinha de telhado vermelho é rodeada por vastos campos verdes, sob um céu límpido e um sol brilhante. Como estamos na era do "fast.....", discutem o tempo mínimo necessário para reproduzir a mesma imagem. "Um artista ligeiro, de boa mão, consegue fazê-lo em três horas" — diz Michelangelo. Nosso companheiro do século XXI discorda — é capaz de repetir a gravura em 10 segundos!

Bem, quando começamos a raciocinar, calculamos o tempo para fazer o esboço, misturar as tintas, preencher a pintura e ainda dar um toque final. Dez segundos parecem um prazo ridículo!

Mas não é, pois trata-se do tempo da impressão a laser... Desenhar pode ser um trabalho um tanto demorado, mas imprimir ou carimbar são métodos instantâneos, suficientes para resultar numa imagem pronta.

Da mesma forma, observado pelo ângulo da evolução necessária para construir toda a complexidade do Universo, aproximadamente 15 bilhões de anos seria um prazo razoável. Já do ponto de observação divino, sua vontade é imediatamente cumprida instantaneamente, como a impressora a laser reproduzindo a obra de Michelangelo. E o que os nossos sábios dizem? Os dois pontos de observação estão corretos.

Antes da ciência, essa questão é discutida no Sêfer ha-Temunah, um antigo trabalho cabalístico atribuído ao tanaíta (mestre do Talmud) do primeiro século, Rabi Nechunia ben ha-Cana. O Sefer ha-Temunah menciona os Ciclos Sabáticos (shemitot). Esta noção está baseada no ensinamento segundo o qual "o mundo existirá por 6000 anos, e no ano 7000, ele será destruído". O Sêfer ha-Temunah afirma que esse ciclo de 7000 anos é apenas um ciclo sabático. Entretanto, como de acordo com a Torá existem sete ciclos sabáticos no jubileu, o mundo está destinado a existir por 49000 anos. De acordo com esta opinião, o universo teria 42 mil anos de idade quando Adão foi criado.

O Rabino Yitsẖak de Akko (1250-1350) no manuscrito Ozar ha-Hayyim escreve que, uma vez que os ciclos sabáticos existiam antes de Adão, sua cronologia deve ser medida não em anos humanos, mas em anos Divinos. Isso tem conseqüências espantosas, pois de acordo com muitas fontes do Midrash, um dia Divino dura mil anos terrestres e um ano Divino, consistindo de 365 1/4 dias, equivale a 365.250 anos terrestres (Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite - Salmos 90:4).

Assim, de acordo com o Rabino Yitsẖak de Akko, o universo teria 42.000 x 365.250 anos de idade. Isto vem a ser 15.340.500.000 anos, um número muito significativo, considerando que partindo de cálculos baseados na expansão do universo e outros observações cosmológicas, a ciência moderna concluiu que o Big Bang ocorreu há aproximadamente 15 bilhões de anos. Aqui vemos o mesmo número apresentado numa fonte da Torá escrita há mais de setecentos anos! Portanto os sábios judeus já sabiam desde a Idade Média, que observado de um referencial diferente, o mundo teria bilhões de anos para chegar ao estado evolutivo em que se encontra.

Portanto essa discórdia nunca existiu. Tanto rabinos quanto cientistas estão certos. Como Michelangelo e o empresário: fala-se de dois diferentes processos. O primeiro requer tempo e preparo. O segundo aparece de um momento para o outro.

Mas toda essa explicação complexa, só uma entre dezenas de comentários e explicações dos sábios judeus, faz parte do venishmá (entender). O importante, é que no próximo 23 de Kislev (22 de dezembro de 2019) todos os judeus do mundo estarão iniciando as comemorações da festa de Chanucá, seja 23 de Kislev de 15.340.005.780 (cálculos rabínicos), 23 de Kislev de 15.000.005.780 (aproximadamente do Big Bang) ou 23 de Kislev de 5.780 (calendário judaico), estarão todos juntos cumprindo a mitzvah de acender as velas de Chanucá, isso é o naassê (fazer), que mesmo vindo antes, não está em contradição com venishmá (entender).    

quarta-feira, 4 de junho de 2014

POSSO ADORAR A DEUS MESMO SENDO HOMOSSEXUAL?


A TORRE DE BABEL (uma longa resposta)


Irmão, minha pergunta é simples e direta: Posso adorar a Deus mesmo sendo homossexual?

E os homens em desobediência a Deus, se uniram em um único propósito, e não desejaram se espalhar, conforme Deus havia ordenado. Eles queriam ficar unidos em um só lugar, protegidos, vencer por si mesmos, declarar independência a Deus, fazer um grande nome para eles, subir às alturas. Como crianças que "pensam que sabem das coisas", e acham que podem decidir sem os pais o que é melhor para elas.  


Para as crianças, é mais cômodo ficar em casa, sob a proteção dos pais. É a "tendência da carne". Eles vão evitar enfrentar os desafios da escola, vão odiar. E para muitos pais, também bate uma forte "tendência da carne" de proteger os filhos. Se pudessem, seus filhos nunca sairiam de casa para enfrentar os "perigos do mundo". Isso sem falar dos pais super protetores, que muitas vezes atrapalham uma evolução saudável dos filhos. 


Há também os líderes, que a "tendência da carne" leva a reter o poder, a ter tudo sob seu poder, tudo sob seu controle, e detestam a ideia do poder escapando pelas mãos. Geralmente, como os pais super protetores, as alegações parecem justas, e visam proteger os menos aptos das suas próprias escolhas e de uma liberdade mal administrada, que possa trazer grandes males à sociedade.

Se espalhar, enfrentar novos desafios, se diversificar, encontrar dificuldades, ir de encontro ao desconhecido, enfrentar o medo de explorar novas terras. São coisas difíceis, são obstáculos. Mas não existe subida sem obstáculos, a escada é feita de degraus. Esse era o propósito de Deus para aqueles homens. Mas a tendência do homem para o mal busca a estabilidade e o conforto, mais que isso, a "inércia da estabilidade", e isso nos deixa no mesmo lugar, seguro e confortável, embora sejam paz, conforto e segurança temporários e ilusórios. E porque temporários e ilusórios? Porque o homem não é senhor do seu destino, ele não pode determinar o seu amanhã, mas apenas influenciar. Se hoje for o dia do seu coração parar de bater, não há nada que possa fazer. Se hoje for o dia de um ou dois super vulcões explodirem, todos nós vamos pelos ares. Mas os desafios nos levam a encontrar soluções e nos desenvolver. 

Milênios de doenças tornaram nossos corpos mais resistentes, e nossa medicina mais desenvolvida. Se vivêssemos dentro de uma "Torre de Babel" das doenças, quando "acidentalmente" entrasse uma doença fatal, eliminaria a todos nós, "crianças mimadas e super protegidas" das doenças.

É dor para nascer, para dar os primeiros passos e levar os primeiros tombos. Para sofrer com as primeiras doenças e desenvolver nossos anti corpos. Para aprender a amar de verdade, depois de muitas decepções amorosas. Eu não sei porque é assim, mas esse mundo é assim, é para ser assim, é como as coisas funcionam nele, e é seguindo o propósito que evoluímos. Querer se trancar na "Torre de Babel", é desejar tomar as rédeas do mundo, é super priorizar a felicidade acima de qualquer coisa, é fugir dos degraus da evolução. 

Subir os degraus é rejeitar a facilidade de comer alimentos gordurosos e cheio de açúcar, e ter uma dieta balanceada. É deixar de ir para as baladas para se dedicar aos estudos. É obedecer ao tempo, à organização. É resistir ao impulso das compras e aprender a poupar. É resistir a fazer as coisas do seu jeito, de ser egoísta, e se sacrificar para ser compreensivo com seu próximo, com seu cônjuge, é saber abrir mão de algumas coisas para ter um relacionamento saudável. É resistir à inércia de deixar a escola, a televisão e os amigos ensinarem seus filhos, e você se sentar com eles para ensinar, para passar a sua experiência e orientá-los.

Onde pretendo chegar com tudo isso?

Primeiro, não desejo discutir o que é pecado e o que não é (antes que alguns venham me criticar por não estar condenando a homossexualidade, eu já digo que não é esse o foco da minha resposta), e muito menos dizer que você deve deixar de ser homossexual, ou mesmo que você deve se aceitar como é e continuar a ser homossexual. O que eu quero dizer é algo muito mais profundo do que isso.

Deus desejou e impulsionou a diversidade (ao confundir as línguas e espalhar os povos). Por isso somos assim, diferentes. Cada um com suas qualidades e seus defeitos, com seus pontos fortes e suas fraquezas, para que somente juntos sejamos um. Juntos, somos um só corpo, cada qual uma célula, agindo de acordo com o propósito do corpo. Querer fazer as coisas do seu jeito ("construir para nós um nome", uma Torre de Babel), é como uma célula que se multiplica do seu jeito, desordenada das outras (um câncer). Multiplicando sozinhos, somos um problema. Geramos um só órgão (um coração, um braço, uma perna etc.), ou seja, uma Torre de Babel, e o corpo não é saudável sem todas as suas partes funcionando perfeitamente. E querer forçar as outras a se multiplicar do nosso jeito, que nós determinamos (construindo a Torre de Babel), e não de acordo com o propósito para o Corpo (Crescer, multiplicar e dominar a Terra), é desordenar todo o restante do corpo (espalhar o câncer, matar as células saudáveis). 

As células crescem, se diversificam, se tornam órgãos diferentes, cada qual com seu propósito. 

Deus nos criou e desejou que fôssemos diferentes, para que juntos sejamos um, cada qual com seu propósito (ninguém pode evoluir sozinho, como um coração por si só nada significa, se não estiver em conexão com o restante do corpo) para que só fossemos completos juntos. 

Eu tenho as minhas qualidades (e áreas em que é fácil para mim ser fiel), e os meus defeitos (e áreas em que é uma luta constante não pecar). Tenho pontos em que sou forte, resistente e fiel, e tenho pontos em que sou fraco. Você também tem os seus. Você é diferente de mim, e talvez você possa cobrir os meus pontos fracos, e eu cobrir os seus. E talvez sejamos diferentes para que não possamos viver separados, e para que não possamos nos fechar em nosso egoísmo e na nossa "Torre de Babel", mas para que só sejamos completos (separados somos incompletos) unidos em nossas diferenças, para que eu dependa dos seus pontos fortes, para proteger as minhas fraquezas, e para que você dependa dos meus pontos fortes, para proteger as suas fraquezas.

Tenho certeza que tenho muito a lhe ensinar, e muito a aprender de você. Mas todos devemos ter o mesmo referencial, que é Deus, manifestado em um homem, por intermédio de Jesus Cristo.

Então, como alguém pode te impedir de adorar a Deus, com seus defeitos, suas qualidades, suas fraquezas e seus pontos fortes? E porque alguém pode fazer, se também tem suas próprias fraquezas e seus próprios defeitos? Todos não tem um mesmo referencial, que é Deus? Ou por acaso há alguém que já alcançou esse referencial e que agora está julgando aos outros?

Sim existe, mas esse não está na Terra, mas já nos Céus. Ele cumpriu a nossa Lei, alcançou o referencial que era inalcançável para nós, por nós, e pagou o preço que nenhum de nós poderia pagar, por nós. Por todos, com suas qualidades e defeitos, pontos fortes e fraquezas.

Separados somos incompletos. 

Ser incompleto, e julgar outro incompleto, é um erro grave, pois todos seremos julgados por nosso próprio julgamento. Se escolher ser julgado, não por misericórdia, mas com justiça, certamente será condenado, porque ninguém pode se justificar por si só, pois separados todos somos incompletos. "Perdoai-nos, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido".

Ser incompleto, e ainda querer aceitar, somente os que tem as mesmas imperfeições que você (os mesmos pecados que você, tipo, aceitamos o soberbo e o egoísta, mas não aceitamos o que foi adúltero), é também muito grave. É se sentar no Trono do Juiz, sendo você um juiz incompleto (pecador). Você não vai proteger seus pontos fracos (todos tem as mesmas fraquezas, os mesmos pecados que você, e nada tem nada para lhe ajudar, pois todos estão no mesmo "barco de pecado"), e não vai ajudar ninguém com seus pontos fortes (pois todos já tem os mesmos pontos fortes, então de nada valem se não podem ajudar outra pessoa). Esse tipo de organismo não evolui. Esse tipo de organismo tende ao fundamentalismo, a se tornar retrógrado, ultrapassado, cômodo, super protegido, mimado, sem anti corpos (quando entrar o primeiro vírus, leva a todos para a doença). Esses nem a Deus tem como referencial, pois não almejam nada, não andam na direção dele, mas apenas cultivam as fraquezas e os pontos fortes que já tem, apenas cultivam os seus padrões. São cegos guiando cegos, e surdos ensinando surdos (todos estão no mesmo "barco de pecado").

Mas juntos, em nossas diversidades, mas com um mesmo propósito (e não com as mesmas fraquezas e os mesmos pontos fortes), e com um mesmo referencial (Jesus Cristo, e não dogmas e doutrinas de religiões), evoluímos e caminhamos conforme o propósito de Deus (o corpo funciona de forma saudável). Juntos em nossas diferenças, mas com um mesmo referencial, trabalhamos nossas fraquezas, e ajudamos aos outros com nossos pontos fortes. Isso é crescer. Aos poucos, caminhamos em direção ao propósito de Deus, para cada um de nós (o propósito de Deus para mim pode não ser necessariamente o mesmo para você, então como posso determinar você a caminhar segundo o propósito que é somente para mim?).

Então, como alguém pode te impedir de seguir o referencial certo (que é Jesus)? Como alguém pode te impedir de adorar a Deus, pela sua fraqueza, pelos seus defeitos (ele também não tem os dele)? É justamente essa adoração que vai te iluminar, te trazer Luz e trazer o propósito de Deus para sua Vida. Estão te impedindo de tomar a cura (não para a homossexualidade, mas para a vida pecaminosa que TODOS temos em comum)? E por acaso eles são sãos? Se são, então eles não precisam de médico, e não precisam de Jesus, pois ele veio para os doentes. Então troquem de lugar, ele que te impede de adorar a Deus vai para o seu lugar (pois ele está são), e você para o lugar dele (pois segundo ele, você está doente).

Por acaso não é o médico que determina a dosagem, a frequência, e o tempo em que o tratamento será realizado? E por acaso não há casos em que a doença é incurável, mas que o médico receita formas de conviver com a doença da melhor maneira possível, e ter a vida mais normal possível, dentro das limitações da doença? Quem determina isso é somente aquele que sonda nossos corações e nossas mentes. Como alguém pode impedir você de ir até o médico (que todos nós, como pecadores, devemos ir), e querer te passar uma receita caseira, que funcionou com ele, mas que pode não funcionar com você?

Reflita irmão, não apenas leia, mas medite, e ore por orientação de Deus, que está vivo e atende aos que clamam por ele. Não vim aqui discutir o que é pecado, discutir doutrinas, dogmas, interpretações, mas dizer que todos nós podemos, e devemos, adorar ao Criador.

Ele fez de todos nós diferentes, todos temos nossos defeitos e nossas fraquezas, e nos mandou amar uns aos outros assim mesmo, em nossa diversidade de defeitos e fraquezas, porque Jesus morreu por todos nós quando ainda éramos pecadores (e ainda somos, e ele ainda nos ama), então porque só desejam amar e aceitar aqueles que são perfeitos conforme o seu modo de pensar e agir (com os pecados que você julga como "toleráveis")?  

Não quero que pense que adorando a Deus e seguindo Jesus você não vai mudar, porque vai. Não quero que pense que vai continuar sendo a mesma pessoa que é hoje, porquê não vai. Essa pessoa que você é hoje vai morrer, e você vai mudar. TODOS VAMOS MUDAR (independente de sermos heterossexuais ou homossexuais), pois todos vamos evoluir e caminhar juntos, conforme o propósito de Deus para cada um de nós, em nossa diversidade, para um grande propósito, que só podemos atingir juntos, e que só Ele pode determinar para cada um de nós. 

Que Deus te abençoe e te dê o entendimento.

segunda-feira, 17 de março de 2014

NO MESMO NAVIO!

Então, o cético perguntou ao sábio rabino:

- Por que "Deus" permite que os bons sejam punidos com os maus? Por acaso em grandes tragédias como o Holocausto, não morreram também crianças e pessoas boas?

E o sábio reflexivo respondeu:

- Certamente todos fecharam seus olhos e adormeceram, mas se morreram, só Deus sabe, pois não se pode matar o que é eterno, ou mesmo o que nunca esteve vivo (reflita). No entanto, considerando apenas a morte física, se eu soubesse a resposta, eu não estaria te respondendo da Terra, mas do Céu, porque eu teria de ser Deus. Se eu tivesse o poder de Deus, certamente eu teria feito diferente. Mas se tivesse também a sabedoria, faria exatamente igual, pois daqui só enxergamos parcialmente. Portanto, dentro das minhas limitações humanas, sem a sabedoria e muito menos o poder de Deus, só posso te explicar o processo, e não o que está por trás do processo.

- Por favor.

- Os homens tem um navio (a Terra e todos os seus recursos) para atravessar um imenso mar (a Vida). E esses homens tem a bússola e os mapas (a Lei de Deus). Se os maus deixam de seguir plenamente a bússola e os mapas, interpretando à sua maneira, os bons podem escapar de se perder  e naufragar no mar com os maus?

- É verdade. Mas foram os maus que guiaram o navio de maneira errada, somente eles deveriam ser punidos.

- E os bons, o que fizeram?

Pior do que os perversos, são os bons que nada fazem. Os perversos apenas seguem seus instintos maléficos, tais como um leão caçando por instinto. Mas os bons tem plena consciência do que é certo ou errado, e escolherem por vontade própria deixar o mal florescer. 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

OS SACRIFÍCIOS DE ANIMAIS



Tem evangélico que condena rituais de magia negra. Seu deus adora sangue. Em muitas passagens bíblicas, deus dá instruções detalhadas para sacrifícios de animais. Tais rituais sangrentos devem ser importantes para deus, considerando o número de vezes que ele repete as instruções. Do primeiro ao nono capítulo do Levítico.

Antes de responder, você deve ter em mente que Deus trata conosco conforme nosso nível de amadurecimento, tal como um Pai faz com seu filho. Um pai justo não vai julgar igualmente os erros de uma criança de 3 anos, e um adolescente de 16 anos. Hoje consideramos infantis as coisas que fazíamos como crianças. Algumas, até cruéis (crianças que amarram marimbondos em barbantes, matam formigas para brincar etc.), mas entendemos que nossa mentalidade e nosso nível de amadurecimento intelectual era outro. Da mesma forma, julgamos esses povos do passado como primitivos e bárbados, e assim Deus os tratava, dentro das suas limitações, e os homens que foram justos nesses dias, dentro das suas limitações, não se viam como bárbaros, e Deus os tratava conforme seu nível de entendimento. E talvez nós também sejamos um dia considerados bárbaros para gerações futuras. No Éden, o ideal de Deus era que o homem fosse vegetariano, mas o homem caiu, se corrompeu, e Deus com sua imensa misericórdia trata o homem considerando suas limitações. Da mesma forma, no futuro talvez em um mundo vegano, as pessoas do futuro nos considerem bárbaros (para mentes muito "evoluídas", talvez nossos açougues e matadouros, poderão ser considerados cenários tão cruéis quanto campos de concentração ou senzalas de escravos). Por que matar um animal para usar sua pele, ou como cobaias de experiências, ou para carregar peso, ou mesmo para nossa alimentação prazerosa (pois hoje podemos viver sem carne animal), é menos cruel que sacrificá-los para Deus? Você vai responder: "porque são necessidades". Assim também, naquela época os sacrifícios eram necessidades espirituais na mente daquele povo. Hoje você não precisa mais comer carne, mas não consegue viver sem. Com a evolução da tecnologia e da ciência nutricionista, é pelo prazer que comemos carne, não pela necessidade. Os sacrifícios eram a forma daquele povo adorar, assim como para nós é importante a oração, e para os orientais a meditação. Deus ordenar aquele povo parar de sacrificar, seria o mesmo que mandar o oriental parar de meditar, ou o ocidental parar de orar.

Deus nos julga conforme nossas limitações (ainda bem, ou seríamos todos condenados). Um pai justo elogia tanto uma criança de 3 anos que se sujou toda fazendo um desenho horrível, para agradar o pai, quanto o filho de 16 anos que tirou uma boa nota na escola. Não podemos compará-los, devemos julgar cada um segundo seu nível de amadurecimento. Se Deus nos tratasse com o rigor que merecemos, nós simplesmente não estaríamos aqui discutindo essa questão, pois não merecemos sequer uma batida do nosso coração, que Deus mantém por misericórdia, graça e esperança na nossa redenção.

Por exemplo, seria inútil Deus tratar com um povo bárbaro e primitivo dessa forma: "Sejam bonzinhos e não explorem seus empregados, deixem-nos descansar." Há muitas brechas para interpretações maldosas. Deus então, pensando no pobre que seria oprimido, "fala" na língua que o bárbaro entende: "Ninguém vai na trabalhar no Sábado, nem você, nem seus filhos, nem seus empregados, nem seus animais, sobre risco de pena capital, isso é um pecado terrível." Pronto, recado dado. O senhor não vai poder "manobrar" a lei de Deus dizendo: "mas meu empregado quis trabalhar, eu vou pagar mais pelo trabalho no sábado, vou compensar, ele quem quis", não, a ordem de Deus é clara para evitar exploração do oprimido, e a pena capital pesa sobre o senhor (para que ele não dê a desculpa que o empregado quis trabalhar por vontade própria). Se hoje, com todas as leis trabalhistas ainda exploram empregados, imagine naqueles tempos.

Assim também Deus não poderia dizer: "Naqueles dias, sejam pacientes com suas mulheres, elas estarão alteradas e precisam de compreensão". Naqueles tempos a mulher era vista como propriedade do homem, imagine uma mulher menstruada no deserto escaldante, com escassez de água, o estresse, as cólicas etc., então Deus entendendo a mente primitiva e bárbara daquele povo, dizia: "Nesses dias as mulheres estão impuras, não devem ser tocadas, devem ser mantidas isoladas ou vocês também se tornarão impuros". Era uma forma de Deus proteger a mulher do homem naqueles dias, dar a ela descanso e conforto, pois o homem temeria ficar impuro ao se aproximar daquela mulher, dado o nível de superstição naquela época.

Um conto chinês diz que um homem sofria muito com as constantes brigas entre sua esposa e sua mãe. As duas verdadeiramente se odiavam. Então o homem colocou um plano em prática. Disse para sua mulher: "Vamos matar minha mãe, é o único jeito de termos paz. Mas se o fizermos agora, todos desconfiarão de você, pois todos sabem que a odeia. Então eu vou viajar por um mês, e você vai tratá-la bem nesse tempo. Então quando eu voltar, a envenenamos e ninguém vai desconfiar de você, pois todos verão que vocês duas passaram a se dar bem." A mulher ficou radiante com o plano, e o colocaram em prática. Mas conforme a mulher tentava tratar bem a sogra, esta a rechaçava, era ingrata, a maltratava. Mas a mulher insistia, persistente em seu objetivo, ansiosa por se livrar da sogra. Então depois de alguns dias, vendo que mesmo a rechaçando de forma tão rude, a nora persistia em tratá-la bem, a sogra começou a ficar com peso na consciência, vendo que estava agindo de forma monstruosa com alguém que tentava se aproximar, e então passou a retribuir as gentilezas da nora. Quando o marido voltou, disse à esposa: "Pronto, todo mundo agora acredita que vocês duas estão se dando bem, podemos finalmente colocar nosso plano em prática." E a esposa gritou: "Não, não vamos fazer isso, eu passei a amá-la de verdade, e ela também a me amar".

O marido sabia que pelas vias normais de conversa, não conseguiria fazer as duas se darem bem. O nosso lado primitivo é muito forte, é mais fácil odiar que amar. Então o marido usou de uma estratégia para driblar o lado primitivo da esposa e da mãe, ele o enganou, e usou o próprio lado primitivo (o ódio da esposa) contra ele mesmo.

É exatamente o que Deus fazia com aquele povo bíblico.

Deus vai nos tratar conforme nosso nível de amadurecimento, tenha isso em mente, e ele deseja que nós nos desenvolvamos por conta própria, e que nossa sociedade evolua, pelo nosso próprio esforço. Portanto, mais do que olhar atitudes bárbaras de povos primitivos para julgá-los, deveríamos observar também as nossas, e tentar melhorá-las. Não seremos diferentes deles, quando formos vistos por gerações futuras, por isso devemos nos lembrar que pela medida com que julgarmos, seremos julgados. Vale sempre a pena ser misericordioso.

Os sacrifícios não foram pedidos por Deus, mas regulamentados. O povo já sacrificava animais, era a forma como aquele povo primitivo sabia adorar os deuses. Deus não precisa de sacrifícios, não precisa sequer das nossas orações. São as formas que encontramos para adorar a Deus. Naquele tempo, pedir para o povo parar de sacrificar, seria como nos dias de hoje Deus nos ordenar a parar de orar. Ele não precisa dessas coisas, mas nós precisamos, é a forma de nos conectar ao Divino, de adorar a Deus. Portanto Deus não instituiu os sacrifícios, ele os regulamentou (regulamentou uma prática que já existia).

A regulamentação dos sacrifícios foi uma medida para reduzir um mal inevitável. É como legalizar as bebidas alcoólicas para reduzir o tráfico ilegal (sabendo que o ser humano não vai parar de usar drogas com a proibição). O ideal seria que o ser humano não usasse drogas, mas conhecendo a mente humana, e sabendo que é inevitável, e que a proibição não vai impedir o ser humano de usar, se regulamenta para evitar um mal maior.

Uma situação semelhante, seriam três filhos que todos os dias entregassem para o pai um monte de desenhos com rabiscos, competindo entre si sobre qual desenho é melhor. Para o pai, não passam de rabiscos, dinheiro desperdiçado com folhas e tintas, árvores destruídas para nada, e uma disputa de egos. Mas para os filhos, é uma forma de agradecerem e agradarem ao pai, e também de buscar sua aprovação, que será importante para seu desenvolvimento. Então o pai sabiamente regula aquela situação. Ele limita o número de folhas, e pede que eles desenhem juntos  na mesma folha (incentivando a cooperação, e não a competição). Foi exatamente assim com os sacrifícios.

Naquela época cada casa fazia seus sacrifícios indiscriminadamente. Sacrificavam por tudo. Eles achavam que assim como o animal se desmaterializava e se transformava em fumaça ao ser queimado, a fumaça que subia aos Céus seria materializada lá em cima, e os deuses comeriam seus sacrifícios e lhes retribuiriam bençãos. Era uma matança indiscriminada. Quando não eram atendidos, achavam que deviam sacrificar mais (alguns chegavam ao ponto do sacrifício humano). Então Deus, como pai anteriormente citado, regula toda aquela situação (sem tirar deles, a única forma de adoração que entendiam).

Deus limita o número de sacrifícios, limita o local dos sacrifícios (somente no Templo), limita quem poderia fazer os sacrifícios (sacerdotes), estimula a cooperação (todos se juntavam no Templo, onde aprendiam a Lei de Deus), dá uma função social aos sacrifícios (os pobres comiam deles, os sacerdotes, as viúvas, os órfãos), evita o desperdício da vida animal (não poderia sobrar, o animal deveria ser consumido no dia), estimula o bom trato dos animais (os animais deveriam ser perfeitos, não poderiam ter sido feridos, portanto o proprietário deveria cuidar e dar uma vida digna para aquele animal até o dia do seu abate), proíbe a crueldade no abate (haviam leis rígidas para que o animal fosse abatido por um profissional temente a Deus, capacitado a abater o animal sem dor), ensina o valor da vida animal (a pessoa deveria estar ao lado do animal no momento do sacrifício, e por a mão sobre ele enquanto é abatido, se conscientizando de aquela vida está sendo sacrificada para que a dele continuasse vivo).

Será que nós hoje, tratamos os animais como os israelitas? Verificamos a procedência da carne que consumimos? Verificamos se nossos animais são bem tratados antes do abate? Se sofrem? Temos respeito pelas suas vidas, ao ponto de não desperdiçarmos alimento? Dividimos o que temos com os mais necessitados?

Eu vejo muito mais consciência pela vida animal nos sacrifícios, do que nas pessoas de hoje que compram carne no mercado como se aquilo já nascesse ali embalado, sem sequer saber o que passou o animal sacrificado para te alimentar ou para o seu prazer durante um churrasco.   

O animal morre no lugar do homem, morre para te alimentar, morre para que você continue vivo, mas nos dias atuais não temos consciência disso. Na cerimônia sacrificial, diante desse horror, o homem deveria tomar consciência da gravidade do seu pecado, ele colocava a mão sobre o animal enquanto ele era sacrificado, sabendo que o animal perdia sua vida para que ele continuasse vivo.

E aí vem a questão: O animal que nós comemos hoje, valeu a pena ele morrer por nós? Ele morreu para que continuasse vivendo um ser humano que faz bem ao mundo, ou sua vida foi desperdiçada para viver alguém que pratica o mal?

O pecado (a luxúria, a cobiça, a ganância, a falta de piedade, o orgulho, o egoísmo) do homem é algo tão grave, que faz um apresentador de televisão comprar um iate de 15 milhões, enquanto milhões de crianças morrem de fome na África. O pecado do homem é algo tão mais horroroso que esses sacrifícios, que fazem um governo lançar um míssil cujo custo poderia alimentar 50 milhões de vidas. Que faz uma filha planejar a morte de sua mãe, e a mãe enforcar e lançar uma criança do alto de um edifício.

Hoje essas coisas não nos chocam mais, mas os israelitas eram obrigados a viver esse choque durante esses sacrifícios, onde tomavam consciência da gravidade dos seus pecados, sabendo que ele é quem deveria estar no lugar daquele animal.

Mais horroroso e chocante que isso, foi o próprio Senhor, compartilhar do destino desses animais, e se oferecer como sacrifício vivo, para a redenção dos homens. O sacrifício foi não somente para os homens, mas também para os animais, visto que ele substituiu a cerimônia sacrificial, em um ato em que o próprio Senhor se ofereceu como sacrifício vivo, no lugar dos homens e dos animais.

Tal como o sacrifício dos animais era chocante, horroroso, e deveria conscientizar o homem da gravidade do seu pecado, o sacrifício de alguém que tem consciência da dor e da humilhação que está sentindo, e que nunca mais esquecerá dela, deveria ser muito mais chocante, e nos conscientizar muito mais da gravidade do nosso ato, do quanto alguém sofreu e foi humilhado por nosso pecado.

Mas sabe o que eu acho mais chocante? Alguém se horrorizar com o sacrifício e o sangue derramado desses animais, e continuar pecando, cedendo ao egoísmo, a ganância, a soberba, a cobiça, inveja, luxúria, sendo parte de uma cadeia de atos que gera algo muito mais chocante: a fome, a miséria, o sofrimento de pais pelos filhos, e de filhos pelos pais, de estupros, violência doméstica, de negligência médica, da opressão dos pobres, de guerras, assassinatos passionais, um homem que para saciar seu prazer se embebeda e bate na esposa, atropela uma criança e causa a dor de uma família inteira. Alguém que compra CD pirata, e com o dinheiro dessa venda financia a arma que vai tirar a vida de um pai de família.

Todos nós somos parte dessa cadeia. Desde o homem que compra um celular sem necessidade, enquanto um menino carente vende bala no sinal, ao que compra um CD pirata, e financia o tráfico de drogas, ao que incentiva programas de televisão que deturpam virtudes como honra e honestidade.

Não é horrível, um pai ver um irmão oprimindo e maltratando o outro irmão? Ou um irmão se fartando de comer, não dividindo o que come, e deixando o outro irmão passando fome? É horrível, é chocante. E crendo ou não em Deus, somos irmãos, e tivemos um ancestral comum, seja um símio, ou seja um “boneco de barro”.

Então, que esse choque e esse horror pela descrição da morte desses animais, mesmo que você a considere uma história inventada, seja uma história de conscientização, para nos atentar para a gravidade dos nossos atos, pois nessa história, real ou não, o Senhor não foi insensível com a morte dos animais, mas se ofereceu no lugar deles, para que hoje tomemos consciência da única forma de evitar esse horror muito mais grave, que é resultado dos nossos pecados, e essa forma é: amarmos uns aos outros, como ele nos amou.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

POR QUE DEUS PERMITE AS CALAMIDADES?...



POR QUE DEUS PERMITE AS CALAMIDADES?... - Retirado do site: www.caiofabio.net

"Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na videira; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. Javé Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas".
Habacuque 3:17-19


 
Na realidade essa é uma questão de mamíferos humanos ao "deus criador dos mamíferos humanos".

É uma questão de mamíferos humanos porque em tais questões ninguém pergunta por mortes de animais, peixes, floras, e outros entes vivos à nossa volta, aos trilhões...

Sim, é uma angustia de mamíferos humanos porque o que interessa é apenas a interrupção da ordem humana ou não...

Mas de onde vem essa ideia de que "Deus" tem que cuidar dos mamíferos humanos mais do que de qualquer outra criatura universal?

Ou por que os mamíferos humanos têm essa presunção de superioridade?

Ora, em lugar algum na Escritura se promete uma suspensão mágica da Natureza e suas leis e fenômenos se os mamíferos humanos se comportarem...

No Pentateuco há aquelas promessas decorrentes da Obediência Absoluta, que somente Jesus praticou, e que nos asseguram que vivendo daquele modo, em harmonia absoluta com tudo e todos, os males fugiriam de nós.

Porém, nenhum geração bíblica ou universal jamais teve esses história para contar...

Ao contrário, Jesus veio e disse que universalmente todos temos aflições; e que o poder para enfrentar tais realidades não decorre da suspensão do trágico, mas sim do bom ânimo com o qual se o vence.

Ora, o que eu acho é esse debate sobre o "deus-natureza"... ou sobre "o deus responsável pela natureza"... é algo tão medieval que me cansa.

É o conflito do livro "A Peste". Ou você ajuda a natureza e não combate os ratos, que são natureza; ou você luta contra Deus indo contra a natureza, e vence os ratos; posto que na mentalidade Ocidental "Deus e a Natureza" se tornaram quase extensivos..., no sentido de que a Natureza não é Deus, mas é a "deusa executiva" das cacetadas de "Deus" nos mamíferos humanos não comportados... Patético!

Ora, a gente encontra essa questão o tempo todo nas Escrituras sendo levantada por Israel.

A resposta dos profetas era: "Porque vocês deixaram a verdade e o amor".

No entanto, conte nas Escrituras quantas Calamidades Judaicas vieram da Natureza e quantas vieram dos outros mamíferos humanos punindo Israel ou apenas invadindo porque podiam...

Ou seja: quase tudo o que chamamos de calamidade vem de nós mesmos ou das nossas relações ou des-relações com outros mamíferos humanos hostis.

Quando vejo um Tsunami irrompendo sobre a Terra nunca penso em Deus, mas na força dos fenômenos criados...

Então, vejo o pessoal querendo responder por "Deus" um problema que pra Deus não é problema. Pois, assim como eu existo livre [...] a natureza também tem suas 'liberdades'... que acontecem na deflagração dos seus sistemas e mecânicas autônomas... Daí o nome ser n-a-t-u-r-e-z-a.

Ou seja: a Natureza tem vida própria, assim como nós; embora a nossa aconteça com a presunção do auto-conhecimento [mais que relativo], e a existência da Natureza aconteça na mecânica do Natural; ou seja: do que tendo sido criado tornou-se algo em-si como fenômeno...; e que acontece de modo automático uma vez que as cadeias se deflagrem fenomenologicamente falando.

O conceito da Natureza como "deusa das execuções penais de Deus" foi profundamente desenvolvido e convenientemente afirmado pelos teólogos católicos medievais. Ora, pouca é coisa é mais poderosa para controlar pessoas do que falar em nome de "Deus e da Natureza" à um tempo só; e mais: criando uma Teologia Moral de Causa e Efeito na observação da Natureza como "Vara Divina" em relação aos mamíferos humanos crentes.

Todavia, hoje [não de agora, entretanto], os "cristãos" sofrem na armadilha pseudo-teológica que eles mesmos criaram.

O que me impressiona é ver pastores, sacerdotes, pensadores, etc... -- se sentindo na obrigação de entender a "deusa executiva da ações penais do divino: a Natureza; mas não com uma abordagem Científica na observação dos fenômenos", porém, completamente animista e bruxa na sua concepção mágica...
E pior: tentam explicar... Rsrsrs!

Ora, quando uma calamidade Natural acontece minha última pergunta é sobre Deus. Todas as minhas perguntas são sobre os mamíferos humanos e suas intervenções diabólicas na Natureza.

Hoje quando vejo calamidades naturais eu olho no espelho!...

A culpa é minha!

Toda-via [...] existe o "ainda que"...

Sim, é com um 'ainda que' [...] que os salmistas profetas vencem a perplexidade.

"Ainda que os mares... os montes... os abismos... as ondas... as muitas águas"... ou qualquer fúria natural sobrevenha, se diz: "Nele eu confiarei".

Confiarei depois que acontecer tanto quanto antes de acontecer.

Na realidade eu sei que tudo pode acontecer!

A certeza de Deus em mim não é uma confiança de Seguradora. É apenas paz em mim; contra ou apesar de tudo ou qualquer coisa...

"Vós valeis mais que pardais"... -- ensinou Jesus.

Mas o que Jesus disse é no sentido de que calamidades podem acontecer a pardais, mas não com a gente?...

Não! Jesus falava de significado relacional com o Pai. Homens podem ter uma relação de consciência confiante em relação ao Pai, ao passo que os pardais têm um vínculo de natureza instintiva com o Pai. Confiança consciente é mais do que instinto de confiança que não sabe de si.

Portanto, pare de reclamar e de fazer perguntas de mamíferos humanos caprichosos!

"Deus! Por que eu?" - pergunta de Playboys religiosos.

O Evangelho não produz filhos de Deus playboys!

Caio
5 de janeiro de 2014
Lago Norte - Brasília